A vida nas colônias

Compositor e escritor

Bacurau gostava muito de arte. Compunha e escrevia com muita freqüência.

Em 1972, compôs a música “Lapinha na Mata”. Esta música virou um cântico conhecido na Igreja. Tempos depois a editora Irmãs Paulinas registrou em vinil. Bacurau teve várias músicas que são cantadas em celebrações e missas católicas.

O primeiro livro escrito por Bacurau chama “À Margem da Vida: num leprosário do Acre”. A publicação foi patrocinada pela Igreja Católica por expressar os ideais da Teologia da Libertação. Dom Moacyr e o padre Clodovis Boff foram os grandes incentivadores da obra que foi lançada em 1978.

No mesmo ano, Bacurau é convidado pelo Ministério da Educação para participar da coleção “Prosadores do Mobral”. A série foi criada para divulgar o Mobral e os livros eram escritos por antigos alunos do programa. Com isso, foi publicado “Chico Boi”, seu segundo livro, no início de 1979.

Os responsáveis pelo Mobral na região Norte do Brasil decidiram lançar o livro em Manicoré. Em sua cidade natal, Bacurau e a equipe do Mobral foram recebidos com honras e comício. Este evento o marcou porque jamais esqueceu a ironia do poder público e a hipocrisia de muitas pessoas que o receberam. A mesma prefeitura que decretou sua prisão domiciliar na sua infância, agora o homenageava, e algumas pessoas que apertaram sua mão com sorrisos no lançamento de seu livro, ajudaram na sua expulsão da cidade quando ainda era uma criança.

Bacurau gostava de compor músicas que exprimissem a alma e o espírito popular. Sua esposa conta que Bacurau preferia escrever deitado de bruços na cama do casal. Passava noites e noites acordado, lendo, escrevendo e musicando suas poesias. Outras vezes fazia música no banho ou sentado em sua cadeira predileta.

Em janeiro de 1988, a sua composição “João Seringueiro”, venceu o Festival Acreano de Musica Popular – FAMP. Foi uma realização para ele que nunca esqueceu a platéia aplaudindo entusiasmadamente a sua música. 

Mascara Foto do Bacarau

“(...) -Liberdade, liberdade. 
Cabeça erguida, voz, identidade;

Valeu a pena fazer a hora, 
Colher o medo o doce fruto da coragem; 
Valeu a pena escrever História 
Com mãos podadas e abrir passagem

-Liberdade, liberdade. 
Cabeça erguida, voz, identidade.”

Trecho da música “Valeu a Pena”, de Bacurau. Música feita para homenagear os 10 anos do Morhan.
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A Origem

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Vida nas Colônias

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Engajamento e Militância

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A partida

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