A vida nas colônias

A colônia Souza Araújo

Algum tempo depois de chegar à Souza Araújo foi eleito prefeito. Assumiu o cargo com sua esposa Zenaide Araújo em 1967. Como prefeito orientou as crianças a encarar de forma diferente o mal de hansen e a vida: “Ensinávamos a ler, escrever e ter uma mentalidade diferente sobre a doença. Nós dizíamos para eles que eles não eram uns coitados”.

Em 1971, Bacurau renunciou à prefeitura da Souza Araújo por dar fim ao seu casamento com Zenaide, assim determinava o regimento. Exerceu o cargo por cinco anos.

Tornou-se um líder e ficou conhecido, desde o início da sua internação, por defender os pacientes contra medidas discriminatórias, repressoras e injustas. Foi a voz dos internos junto aos administradores da colônia, mesmo fora da prefeitura. Como, por exemplo, quando trabalhou no setor de enfermagem e exigiu melhores formas de tratamento aos pacientes.

Após sair da prefeitura engajou-se no ensino de adultos. Pelo projeto Minerva, do Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização –, Bacurau adquiriu, em 1973, seu diploma de ensino básico junto aos seus próprios alunos. No mesmo ano, iniciou sua carreira de professor contratado pela Secretaria Estadual de Educação.

Ele jamais esqueceu as tradições vividas nas colônias em que esteve internado. Encontrou nelas a rigidez social da sua família, mas também a solidariedade de uma sociedade formada por excluídos.

Além da educação, Bacurau entregou-se intensamente aos trabalhos de evangelização e de conscientização social propostos pela Teologia da Libertação. Esta corrente ideológica fomentou o aparecimento de muitas ações fora da Igreja. Partidos políticos, associações de bairro e movimentos populares nasceram nas suas reuniões.

Mascara Foto do Bacarau

“(...) -Liberdade, liberdade. 
Cabeça erguida, voz, identidade;

Valeu a pena fazer a hora, 
Colher o medo o doce fruto da coragem; 
Valeu a pena escrever História 
Com mãos podadas e abrir passagem

-Liberdade, liberdade. 
Cabeça erguida, voz, identidade.”

Trecho da música “Valeu a Pena”, de Bacurau. Música feita para homenagear os 10 anos do Morhan.
Mascara slider

A Origem

A Origem

Vida nas Colônias

Vida nas Colônias

Engajamento e Militância

Engajamento e Militância

A partida

A partida